quarta-feira, 30 de setembro de 2009

1º Momento - A aula de redação: as atividades de escrita e suas especificidades


Em nossa primeira reflexão sobre as aulas de produção textual escrita, um ponto importante a ser discutido é a própria atitude do aluno frente às atividades de escrita. Coloca-se que, em muitos casos, o aluno possui certa resistência em compreender a produção do texto escrito, principalmente a sua, como possibilidade de interação entre ele e a realidade em que está inserido. Muitos, injustificadamente ou não, recusam-se em se apropriar de tal conhecimento, demonstrando um posicionamento advindo de idéias preconcebidas relacionadas não só ao ensino da língua, mas a sua própria maneira de agir, representar e se colocar no mundo. Dessa forma, como vocês veem essa situação?

28 comentários:

  1. Uma situação complicada de lidar, pois os alunos que apresentam essa resistência são um número significativo.Eles muitas vezes se recusam a aprimorar seus conhecimentos por não ver a necessidade de sua opinião ou por achar que sua produção não terá validade para nada. No entando acredito que o aluno deve perceber segurança por parte dos professores que tais produções são importantes no seu cotidiano.
    Rosangela

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  2. Passarelli, no texto "Por que a relutância em escrever?", coloca a questão de uma "crise na linguagem", será que realmente ela existe entre os nossos alunos? Ela também apresenta a questão de se escrever para ser avaliado. Isso dificulta o aluno no momento de sua escrita? Diante desta situação, complicada, como diz, como fazer o aluno perceber a importância de produzir um texto escrito? Lembrando que, a maioria dos professores acabam assumindo o "Caderno do Aluno' como um "manual" que deve ser seguido fielmente.Como lidar com isso?

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  3. Quando o professor é fiel ao "Caderno do Aluno",não vai partir dele mesmo a iniciativa de trabalhar com outras práticas pedagógicas, então acho que o coordenador que deverá ter conhecimento disso ou na própria reunião de H.T.P.C, deve ser discutido essa questão. Quanto à relutãncia em escrever dos alunos,acho que as falhas são de professores que não estão habilitados,sinceramente eu não consigo enxergar a culpa no aluno, se não foi trabalhado com eficiência a produção de texto,se não souberam estimulá-lo.

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  4. Mas o que seria, na prática, esse trabalho com "eficiência" e esse "estímulo"? Como seria isso na sala de aula?

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  5. Só o ato de escrever é difícil por si só, ainda mais quando se está sendo avaliado o tempo todo, os alunos não escrevem para transmitir algo e sim ficam preocupados em agradar o professor, aqueles que sentem dificuldades se fecham se recolhem por medo de críticas, é nessa hora que o professor precisa estimular, ser um facilitador.

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  6. Simplesmente escrever

    Todos nós gostamos de escrever, mesmo aqueles que ainda se atropelam nas letras, o que ninguém gosta é de ser avaliado, o medo da crítica trava qualquer simples ato de escrever. A educação enfrenta sim uma crise, se esta não existisse não estaríamos diante de tantos alunos que escrevem mecanicamente e não entendem nem sua própria coerência. É um misto de razões que nos levaram a esta situação: professores despreparados, alunos com despreparado ainda maior em relação à questão de receber conhecimento e aplicá-lo, falta de recursos e estímulo.
    Como cobrar do aluno que ele simplesmente escreva? Puxando pela minha memória... Recordo o quanto era horrível quando a professora dizia “façam uma redação”, que sofrimento... Nada vinha a cabeça, não desenvolvia, simplesmente tentada adivinhar o que a professora gostaria de ler. O engraçado é que sempre amei escrever, o meu diário recebia no mínimo cinco páginas a cada desabafo, mas quando eu era cobrada eu não conseguia.
    Os materiais didáticos são vastos, temos como colocar o aluno diante de diversos tipos de textos, a questão não é o material e sim como aplicá-los em sala de aula, ainda mais, diante de 45 alunos com conhecimentos e defasagens completamente diferentes. Como educadora tento estimular os alunos a escreverem sem medo das minhas críticas, sempre elogio, e os desvios da norma tento corrigir sem desestimular a criatividade.
    Um bom texto é aquele que conseguimos nos expressar, que o leitor entenda a nossa mensagem, que tenha clareza, coerência e coesão. Não precisa procurar no dicionário palavras difíceis para mostrar amplo conhecimento; simplesmente escreva!
    Débora Eilliar

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  7. Aprender a escrever é aprender a pensar
    No texto “Por que a relutância em escrever?” a autora faz vários apontamentos pertinentes ao estudo de Produção Textual (aulas de redação). Quando afirma: que gostar de escrever para si próprio é não ser avaliado por um professor, que possivelmente fará uso da escrita somente para dar nota e que nos dias atuais a escola tem contribuído para os desgostos da escrita, isso me faz acreditar que sua afirmação esta correta.
    Em meu oficio, “Professor de Língua Portuguesa”as atividades que desenvolvo de Redação questiono-me sempre, que não é possível dar o que não se tem, pois não se pode transmitir o que a mente não criou ou não aprovisionou, enquanto educador, as vezes não encontro sentido em pedir que o educando desenvolva um texto e escreva sobre um determinado tema, para ser lido, corrigido e devolvido a ele, sem prévio conhecimento do porque escrever e para escrever determinado assunto, muitas das vezes sem estruturação, somente para seguir o que é exigido no livro didático ou na Proposta Curricular?
    Acredito que o aluno necessita desenvolver o ato de ler e escrever por prazer e isso não se dá a um processo imediato, todavia nos limitamos a dar aos mesmos temas para redação sem lhes sugerirmos roteiros ou rumos para fontes de idéias, sem, por assim orientarmos que Produção Textual independe do gênero exigido, não pode ser um aglomerado de frases, sem conexão, mal redigidas, mal estruturadas, um acúmulo de palavras que se atropelam sem sentido e sem propósito, frases que procuram fundir idéias que não existem ou foram mal dirigidas pelo meu despreparo em lecionar aulas de Redação.
    Entretanto isso tem contribuído muito que os alunos não se sintam a vontade para escrever, portanto preciso que o educador forneça aos educando meios de disciplinar o raciocínio e estimular-lhe a observação dos fatos e ensiná-lo a criar ou aprovisionar idéias e não insistir em sempre dizer que o ato de aprender escrever só é necessário para preencher uma ficha de emprego e que muitas empresas ao recrutar funcionários à seleção o processo de eliminação é a redação. Isso de fato me preocupa, pois a única maneira que encontro de conduzir os meus alunos a redigir uma redação é através desses artifícios errôneos e sem métodos.
    Todavia há métodos de ensino-aprendizagem de contornar essa situação, quando se há um preparo e uma inteligência de caráter educativo e dicotômico em querer aperfeiçoar e transmitir ao educando que o ato de escrever demonstra o que aprendemos e quando escrevemos dividimos experiências, aventuras, tristezas, alegrias, emoções e aprendemos a recordar algo, saber que tipo de texto quer escrever e para quem escrever, fazendo-se uso da linguagem formal ou informal e sobre que tipo de tema esta desenvolvendo. A leitura e um pequeno conhecimento prévio do assunto que deverá ser desenvolvido pode ser um grande estímulo?
    Contudo o educador deve também redigir o seu texto junto com o aluno, para que os mesmo saibam direcionar esse estudo, despertar no aluno/escritor meios para a quebra desse paradigma que se dá ao ato de ter que redigir redações.

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  8. Ainda sou novata no ramo da educação, mas o que tenho percebido neste ano de trabalho é que somente o fato de pedirmos para que os alunos escrevam um texto é motivo de "chateação" para eles. A maioria não gosta de escrever e nem mesmo sabe o por quê? Não sei dizer bem se há algum culpado nisso, se os pais que não estimulam os filhos desde cedo a colocarem no papel seus pensamentos e sentimentos, se a escola que não estimula a leitura e a produção de texto, ou se do aluno que não se interessa. Acredito que seria interessante voltarmos um pouco ao passado e estimular mais os alunos ao hábito da leitura, pois é por meio dela que o aluno adquire vocabulário e aprende a escrever. A leitura é fato determinante para a produção de um bom texto, seja ele na linguagem formal ou coloquial. Outra relutância que encontro nos alunos é o fato deles dizerem que "não sabem escrever", achando que todo texto escrito deve ser escrito na linguagem formal. Acredito que se o aluno fosse estimulado primeiramente a escrever com a linguagem coloquial, a que ele utiliza no dia a dia, ou ser estimulado a fazer textos que não exijam a linguagem formal, possa talvez estimulá-los a gostar de escrever. O professor precisa valorizar cada escrita, corrigir os erros necessários, mas sempre estimular de forma positiva a produção textual do aluno.
    A respeito do "caderno" há pontos bons e ruins, para isso, o professor precisa "sentir" o que falta e possibilitar ao aluno um material extra, além do "caderno". Existem muitos pontos falhos, mas acredito que se o professor oferecer outros recursos ou estimular a pesquisa em outras fontes com os alunos, todos só tem a ganhar.

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  10. “NINGUÉM GOSTA DAQUILO QUE NÃO DOMINA”

    Lendo o texto de Lílian Passarelli, visualizei vários momentos em sala de aula, e nada mais honroso do que assumirmos sim, as diversas situações dificultosas pelas quais passamos, para que nosso aluno produza textos com legibilidade, coerência, com plena clareza e acima de tudo de forma prazerosa sem a abrigatoriedade e a preocupação com a nota.
    Mas, nada é intransponível, quando se deseja ousar e deixar a burocratização da mente a que nos expomos diariamente; por que não aguçarmos a necessidade manifestada pelos alunos de representar suas experiências via escrita.Isto se verifica desde o homem das cavernas, em cujas paredes registrou sua história, até os jovens contemporâneos que manifestam seus pensamentos ou desabafos em portas de banheiros públicos.”Necessitamos tornar nossas verdades bonitas e precisamos dizer para os outros: Isto sou eu. Esta é a minha história, minha vida, minha verdade.Precisamos ser ouvidos”. Por que não ouvir o que os nossos alunos nos têm a dizer? Deixar de lado a obrigação e cultivar o desejo da escrita!!

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  11. Mania de Escrever

    Passarelli deixa claro que todo esse bloqueio na escrita pode ser uma conseqüência de muitos fatores como, por exemplo: alunos mal alfabetizados; desqualificação dos professores; escolas em condições precárias; alunos em condições desfavoráveis de saúde, etc. Eu não leciono, mas fico impressionada com a falta de interesse que os jovens têm apresentado para os estudos. Entregamos 100% da responsabilidade de ensino para os professores, que são obrigados a encontrarem forças, estratégias e recursos para se motivar, motivar os alunos e realizar um trabalho com qualidade e relevância. Cabe a nós ensinar tudo aquilo que nos compete e moldar-nos para uma adaptação coerente com a realidade de cada lugar que pisamos. Fica claro de que os alunos precisam trabalhar com fatores relacionados com as suas respectivas experiências de vida, para que desta forma exista uma real assimilação do conteúdo e um aprendizado significante. Acredito que todos gostem de escrever, só não descobriram o que e como. A criatividade que pode ser usufruída pelos professores, pode ensinar ou indicar o caminho. Não tamparemos o buraco da educação, mas teremos a certeza de que por nossas mãos o investimento foi feito e os resultados serão individuais e em longo prazo.

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  12. " A delicada situação da produção textual escrita entre professor e aluno"

    Se a maioria dos candidatos que concorre a uma vaga no vestibular ou num concurso público precisa recorrer a um cursinho para aprender fazer uma redação ou obter macetes para não "fazer feio" numa prova do ENEM (como eu por exemplo) é porque a escola não está cumprindo o seu papel no que se refere à produção textual escrita.
    E quando o candidato consegue ser aprovado em algum exame , por exemplo numa faculdade, muitos trazem erros seriíssimos na escrita, porque na verdade não aprenderam a produzir um texto, mas memorizaram o que é condenável na avaliação de uma redação.
    Muitos professores na sala de aula por sua vez, são rigorosos quanto ao uso das regras gramaticais, o que acaba criando uma barreira no aluno para se desenvolver no processo de aprendizagem da escrita. Ele acaba considerando o professor como um ser implicante que está mais preocupado com a gramática normativa do que com aprendizagem efetiva do aluno. Eu entendo que a gramática deve estar a "serviço" da redação e não o contrário.
    Outro detalhe, como diz a Passarelli, que faz aumentar o desgosto dos estudantes em relação à escrita é o professor usar o ato de escrever como punição, pois eu ouço professor comentar que "ameaça" seus alunos fazerem cópias se não fizerem a lição.
    Ainda não posso relatar minha experiência no ensino e aprendizagem da produção textual escrita, atuando como professora eventual, porque pretendo me capacitar, receber orientações, para depois na oportunidade aplicar as propostas sugeridas que eu considerar mais adequada à realidade da turma. Não quero trabalhar na superficialidade.

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  13. “A Educação Na UTI”

    Ser um educador em nosso país é tarefa árdua, porque não podemos fazer milagres. Às vezes é muito difícil o desafio do professor; se esforça tanto, até precisando fazer algumas mágicas para conduzir com excelente metodologia educacional. Para este professor administrar esta metodologia com precisão, deve-se notar que seu esforço será grande, e às vezes não obterá o sucesso esperado. Ele até tenta criar uma formula medicinal para tirar a educação da UTI, mas nessas circunstâncias existentes pode a educação nunca sair deste sistema. É lógico que essa crise difere de ritmo e intensidade, de um lugar para outro, e que se agrava em certos lugares. Se os educadores, o país e governantes não trabalharem juntos, não sabemos qual será o resultado final deste sintoma; podemos notar que é um caso de urgência para o futuro do país, porque a educação esta sofrendo de falência múltipla de todos os órgãos do sistema.

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  14. Professor, dentro dessa situação apresentada, onde está inserido o ensino e aprendizagem da Produção Textual Escrita? Podemos confirmar a existência de uma "crise na e da linguagem", como posto por Passarelli, no início do seu texto? E se falarmos na relutância dos alunos ao escrever: o que se pode dizer?

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  15. Desafio a ser superado
    A crise existe sim e como Passarelli ressalta, especialmente, em relação ao ensino público, há uma defasagem no que diz respeito as carências. São elas: alimentares, de saúde, de higiene, social e isso compromete a aprendizagem. Os professores repetem didáticas ultrapassadas, políticas pedagógicas sem continuidade, professores que não se atualizam, não refletem sobre a prática em sala de aula, sendo resistentes à mudança. Frente a tal situação, vejo-me em sala de aula diante de um papel desafiador: preciso motivar meus alunos para que aprendam a aprender, que despertem o gosto pela leitura e escrita. Concordo com Passarelli, quando ela aborda o aspecto da produção de texto como pretexto para ensinar leitura, escrita e gramática. Na verdade, a produção de texto tornou-se um teste para correções gramaticais, como citou Meserani (p.30). Tal fato não é reflexivo, muito menos enriquecedor. Entregar um texto todo marcado, sem abordagens significativas é frustrante. Há sempre algo a ser valorizado. Utilizar a redação apenas como instrumento para nota, realmente é desestimulante.
    Levei para a sala de aula o quetionamento feito por Passarelli: Qual a diferença entre escrever e fazer redação? A resposta veio de encontro ao dos adolescentes pesquisados pela autora. "A gente gosta de escrever de fazer redação não." Tal apontamento nos levou a reflexão sobre o ato de produzir um texto e a intencionalidade do escritor e os cuidados com o leitor que receberá tal texto. Os alunos gostaram do debate. Foi uma abordagem interessante e com certeza fará parte das nossas próximas aulas de produção de texto. É um desafio a ser superado por nós professores e por nossos alunos. Escrever é fazer uma redação e fazer uma redação é escrever. E deve ser feito com prazer.

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  16. Cristiane,

    Infelizmente a crise é vivenciada nas escolas e se constitui ao passar dos anos, no principal mecanismo responsável pelo fracasso de muitos alunos.
    O currículo escolar carrega em suas entrelinhas o modelo de uma sociedade capitalista, reproduzindo e disseminandoma ideologia capitalista das classes sociais dominantes. Reproduzindo as relações de poder e subordinação, propositalmente, legitima o processo de moldagem do indivíduo, a medida que: - Leva o aluno a aceitar com naturalidade o fracasso; Demarca limites para o conhecimento (estipula conteúdos e espaços de tempos em que os mesmos devem ser aprendidos).
    Como se refere no texto: "Não restam dúvidas de que os problemas educacionais brasileiros são mais de ordem política do que técnico-pedagogica, uma vez que muitos deles se originam de políticos sociais que não têm obtidos resultados, ao menos, razoáveis (Gracindo, 1994).

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  17. Escrever – Um desafio?

    Quando iniciei meu curso universitário na PUC fiz o Ciclo Básico, onde, além das disciplinas que eles consideravam fundamentais para a formação cidadã e científica, me ensinaram a estudar.
    Nesse período me mostraram que um estudante só teria aprendido quando conseguisse que qualquer conceito ali ensinado fosse significativo para ele, era o “apreender” tomar posse do conhecimento, e essa deve ser a base para a procura de uma solução na “crise da linguagem”, aliás prefiro a “crise na capacidade de estruturar adequadamente um texto” .
    Em que pese todos os problemas internos e externos da educação que se refletem no ensino da Língua Portuguesa - textos “burocráticos” , crise na formação docente, currículos ultrapassados e inadequados, a necessidade de uma escola para todos (mas sem qualidade), a classificação de textos estanques, a ênfase na correção como uma espada sobre a cabeça do aluno, os modelos perfeitos, o dom, etc, etc-; o que nos falta é tornar a aprendizagem significativa e fundamental como expressão e comunicação de nosso tempo.
    Como fazer isso?
    Se soubesse estaria rica vendendo kit produção textual infalível, não é mesmo? Como a maioria dos docentes tenhos meus sucessos e insucessos, onde uma determinada forma de ensinar é perfeita para uma turma e totalmente ineficiente para a outra; e em alguns momentos me sinto absolutamente impotente diante da situação, e aí respiro fundo e me lembro que sou uma profissional da educação e começo a procurar outros caminhos para alcançar meu objetivo.
    Pensando na proposição de Passarelli, como a escola pode deixar de ser o problema e passar a ser a solução... como uma docente “experiente” cheguei a conclusão de que se um aluno pode falar e se expressar com coerência e coesão também o pode fazê-lo de forma escrita e esse processo da oralidade para a transcrição deve ser trabalhado com ênfase na auto estima do jovem e na sua linguagem, algo que lhe seja próximo e significativo.
    O nosso jovem deve perceber que escrever é tão bom quanto falar e para os mais tímidos, a melhor maneira de se expressar,
    Odiaria cair nos eternos chavões que “ só escreve bem quem lê muito” ou “que só os que tem dom e criatividade se são bem” na produção textual; acredito convictamente que todos podemos nos expressar com clareza e objetividade, isso não é privilégio para poucos e como docente me cabe o papel de mediadora desse processo onde os dois lados estão apendendo sempre.

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  18. Em relação ao fato do aluno não querer/gostar de escrever identifico que a função essencial da escrita está longe de ser percebida ou de ser significativa para esses alunos. Atualmente na escola professores e alunos existem e coexistem apenas para cumprir tarefas. É uma correria,sinal tocando,muito barulho e os momentos significativos de trocas não acontecem ou se acontecem são pontuais. Estava lendo as reflexões dos colegas e fica evidente que estamos comprometidos e em busca de soluções para essa crise da escrita ou da dificuladde de nossos alunos aprenderem a estrutura de um bom texto.
    Que situações organizamos para que os alunos queiram escrever? Como disse a Samira, os alunos gostaram de debater e por que não gostariam de registrar este debate em um artigo para ser lido por outras turmas?
    Quando lembro de um escritor, vem a minha mente muitos momentos de reflexão, busca de assunto, temas significativos para o momento, enfim não se escreve de uma só vez.
    Utilizo o caderno do aluno de Arte por obrigatoriedade e também porque facilita meu trabalho, uma vez que sou impedida de considerar alguns aspectos de conhecimento prévio dos alunos e suas necessidades: TENHO QUE DAR CONTA DO CONTEÚDO BÁSICO NACIONAL. Esse engessamento nos leva a um aprisionamento intelectual/ criativo, portanto concordo com Gracindo,1994 que diz "os problemas educacionais brasileiros são muito mais de ordem política do que técnico-pedagógica..."

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  19. Escrever requer influência pedagógica. Por que não?

    Não é de se negar que muitos são os casos de negação à escrita. Parece-me que, quanto mais o tempo passa, mais a relutância em escrever se firma no contexto do aprendizado escolar. Porém, não posso afirmar que tal acontecimento possa ser considerado como um "fenômeno da crise da linguagem", conforme aponta Passarelli. Acredito que, diante de nossa realidade educacional e de nossa situação pontual como professores da língua materna, o problema de se negar a escrita pode ir além de uma crise, o que me parece ser, então, mais grave.
    Claro que o professor sente-se impotente diante da relutância de seu aluno no momento de redigir um texto, porém, o motivo para esse "fracasso" (Passarelli) pode não ser de ordem política, mas sim de ordem familiar-pedagógica (expressão que criei) Para ser clara, penso que, o interesse pela escrita deve ser desenvolvido desde os primeiros anos de vida do ser humano, como se é tentado fazer com a leitura: compram-se livros ilustrados, histórias em quadrinho e uma infinidade de instrumentos que estimulam a leitura. E quanto à escrita? Fica para a professora do primário, certo? Mas, e se essa não obtiver sucesso? Tudo bem, na quinta série o aluno conseguirá. É aí que o problema se alastra, e vejam só, ele começou lá na instituição social chamado família.
    Concordo com Passarelli quando afirma que escrever significa uma reflexão individual, mas, se essa reflexão não tiver um amparo didático (pelo menos no momento da aprendizagem), a produção textual será insignificativa e isso nos remete à questão que a própria autora aparentar repudiar: aprendizado da escrita não se resume em "faça uma redação". O quero dizer é que, o aluno necessita sim das orientações pedagógica; neessita de amparo sobre o que escrever, pelo menos enquanto está na fase inicial da escrita.
    Não acredito que ainda existam professores que se pautam no aprendizado pelo aprendizado, sem contextualizar os "conhecimentos prévios" (Passarelli) do aluno. Também não posso concordar com a idéia de uma produção textual livre,aquela onde o aluno escreve apenas sobre o que ele achar conveniente. Em muitas situações os temas devem ser delimitados sim, visto que essa é uma procedência de diferentas avaliações oficiais da rede de ensino, como o SARESP, por exemplo.
    Procuro sempre considerar o ato processual da escrita. Tento me envolver junto ao aluno no momento em que esse esceve(claro que nem sempre é possível)e percebo que esse envolvimento junto à cobrança e ao direcionamento do professor são fatores que em muito contribem coma formação escritora do aluno. É isso, até então.

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  20. Como começar um Texto?

    Durante todo esse tempo de magistério essa tem sido uma pergunta frequente pelos alunos.Estamos sempre orientando e reforçando a idéia de que cada gênero possui suas particularidades em relação a como iniciar e como ele se estrutura, mas mesmo assim os alunos não conseguem assimiliar e a maiorias das vezes começam sempre do mesmo jeito.
    Mesmo que trabalhemos com temas e asuntos proximos a realidades deles eles ainda não se sentem a vontade para produzir seus textos. Percebemos que nao consegue se envolver com suas proprias criações.
    Quando iniciamos com uma exposição oral tambem percebemos que os mesmos travam. Analisando a leitura que fiz e diante da realidade que tenho posso comentar que vivemos em um mundo em que as familias vivem desestruturadas onde pais não tem tempo para dialogar com seus filhos, contarem histórias, experiencias de vida, enfim, essas crianças não manuseam livros em casa, não conversam muitas vezes sobre problemas atuais e do mundo, o que dificulta bastante a falta de bagagem para discutir assuntos ou temas propostos em sala de aula.
    Lembro da minha infancia em que meu pai mesmo com a 4ª serie nos chamava em volta da mesa pra falar sobre sua época, a politica, suas dificuldades na infancia, na adolescência
    , etc.. Tentando assim passar neste momento seus valores, seus ideais. Será que vemos hoje familia desta forma? Quando chamamos os filhos a consversa e falar da nossa infancia, recebemos de nossos filhos indiferença dizendo que o mundo mudou que somos ultrapassados. Pode ate ser que tenham um pouco de razao porque muitos pais nao procuraram mudar ou acompanhar seus filhos para ajauda-los no futuro, mas todos temos uma historia de vida que deve ser presevada valorizada e que serve para ajudar muita gente.
    Recordo do autor Bartolomeu Campos de Queirós dizendo que ele escreve seus livros baseados em suas experiências pessoais, nas historias que seus antepassados diziam. Hoje ele é um escritor conhecidissimo.
    Os alunos não se sentem a vontade para escrever devido a esses e outros motivos. Passam muito tempo em relações virtuais e muitas vezes mentirosas atraves da Internet. Não conseguem parar para ouvir, e quando precisam se relacionar com o outro tem grande dificuldade, pois seu mundo e assim um isolamento , uma frieza e distanciamento das pessoas.
    Quando vem para escola não conseguem perceber que ela é fundamental para ajuda-lo a expressar-se verdadeiramente, a descobrir que existe dentro de cada um potencial para ser muito melhor e capaz do que imaginam.
    Sabemos que a produção textual é muito cobrada em tudo que fazemos hoe. Ela é a chave para um bom emprego para uma boa faculdade e para muitas coisas boas. Isso deve ser passado assim para os alunos para que eles procurem a encarar a produção como algo prazeroso. É atraves da produção textual que o receber vai conseguir perceber um pouco o perfil do escritor, seus ideais, sonhos, desejos, visão do mundo e da realidade.
    É necessário passar para quem vai produzir um texto que ele precisa partir sempre de suas experiências pessoais, seus desejos, seus anseios, suas emoções, em relação ao tema que se pede.
    A escola precisa passar para seus alunos que ela está a serviço do aluno para ajudá-lo a perceber que as aulas de produção dev em ser um momento de libertação atraves das palavras e não um objeto de punição e desvalorização de ninguem.
    Acredito que se cada um de nós começassemos a contar nossas experiências com produções textuais, nossas dificuldades, e nossos progressos, conseguiriamos ajudar nossos alunos a não ter muito medo de escrever.

    Pstagem de Cleide de oliveira Lima Alves Mendes
    dia 10 de Outubro de 2009

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  21. Complementando primeiro texto

    “A Educação Na UTI”

    Ser um educador em nosso país tem que ser um “mágico”, sabemos que a todo o momento temos de relutar, para motivar uma produção de qualquer tipo de um texto, sabendo que por parte de cada aluno a um oferecer de resistência curricular para uma produção textual, sabendo também que os professores não reproduz milagres, mas obviamente sempre mantém uma boa relutância para que se chegue a bons excedo conquistado. Às vezes é muito difícil o desafio do professor, por mais que ele possa querer ser um grande magistral ele acaba encontrando uma relutância por boa parte dos alunos, o professor acaba até querendo magnetizar de cada aluno seu para produzir um bom o texto.
    Notando que se deixarmos os alunos usarem seus próprios magnetismos, para o ensino da aprendizagem textuais com certeza pode acabar com esta relutância se deixá-los a se magnetizar “sozinho seus próprios textos”. Creio que se os professores deixar de lado um pouco de seus relativismos de si próprio, ele talvez possa até alcançar um relaxamento por parte dos alunos, podendo alcançar bons excedo nas produções textuais. Sabemos que sempre irá haver um relapso por parte de alguns alunos, mais a maioria talvez não se sente à vontade se deparando de frente com seus educadores, vê também que é nosso dever estimular e ensinar a gramática correta, mais se transformamos em um relho fazendo uma “pressão” psicológica que o aluno acaba se transtornando podendo levar a esta dificuldade textual. Com isto o aluno acaba oferecendo esta resistência e se retraindo com tanto medo de errar, que não pretendem escrever o que os professores pedem em sala de aula. Sabendo que os educadores não podem somente relancear os textos de seus alunos, mas se deixar o aluno mais a vontade, que ele realiza os textos com erros ou sem erros, como vários escritores, e a função dos professores é levar estes textos e fazer as correções, e depois, trabalhar com os alunos encima dos erros que ele cometeu, assim vejo que os educadores poderão estimular estes alunos, porque eles não irão se prender para sua produção textual pensado com os erros gramatical e lexical. Podendo então acabar com esta existência do aprendizado nas produções de seus textos , e podendo estimular com progressão até acabando com esta “crise textual e na linguagem que encontramos em nosso estudante e podendo assim as poucos ensinando os alunos a importância da semântica formal de um texto como o uso correto dos léxicos , as coerências, as concordâncias verbais , as coesão corretas de cada textos sem haver uma pressão por parte.
    Concluo que estas circunstâncias de dificuldade textual se diferem naturalmente existentes, podendo haver cada vez mais na educação, a não sair deste sistema. É lógico que essa crise difere de ritmo e intensidade, de um lugar para outro, e que se agrava em certos lugares. Se os educadores, pais e governantes não trabalharem juntos, não sabemos qual será o resultado final deste sintoma, o que podemos diferir que é um caso de urgência para o futuro do país, porque a educação esta falecendo todos os órgãos do sistema educacional no meu ver.

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  22. Há um magnetismo por parte de cada aluno se os professores ajuda-los”

    Uma seqüência deste diagnostico encontrada nos textos de meus alunos se diferem certamente de diferentes assuntos que não são aceito gramaticamente, e não há nenhuma relutância aceitável para cada texto produzido. Vejo que acaba havendo uma carência ou até uma ignorância por parte de cada aluno , talvez não obtendo um interesse ou um desconhecer gramatical ,quanto o uso da coerência , esse requisitos que se diferem pela retomada de conceitos, de ideias .Se diferem também um desconhecer literário ou linguísticos , que acaba dando há esta dificuldade para uma continuidade de um trabalho , chegando numa progressão de erros , pelo o recurso linguísticos específicos. Usando em grandes proporções as repetições de palavras, o uso de artigo definidos ou pronomes demonstrativos para determinar entidades já mencionadas, o uso de pronomes anafóricos e de outros termos vicários, outro problemas encontrados são as elipses de termos facilmente recobráveis, entre outros mecanismos. Um dos problemas maiores deste diagnostico é o professor concentrar neste sistema de regras referente às composições e a interpretações de textos com os alunos e conseguir construir uma boa competência textual presente em torno de cada um de seus alunos. O professor faz as suas intervenção perante estes alunos para que se percebam os fenômenos de uma interpretação e a produção de um texto. Vejo que o ponto maior deste diagnostico além das dificuldades apresentada podemos encontrar algum relapso por parte de alunos, que com isto acaba oferecendo a esta resistência de não se interessar ou ter um relaxamento para compreensão dos textos apresentados para analise, uma produção, ou reprodução de um texto.
    Para fazer esta avaliação vejo que ainda possa ser um pouco cedo, para uma proposta de atividade para que os alunos percebam a importância do texto escrito no seu dia-a-dia, porque é meu primeiro ano como educador, mas o que notei nestes primeiros meses que estou nas escolas há uma decadência nos estudos literários, e de uma compreensão textual, no momento a qual estava na faculdade mantinha um interesse de prosseguir na literatura e na lingüística podendo alcançar o mestrado, mais ao deparar com a realidade escolar já não me vejo mais investindo nesta área. Mas o que posso propor para que possam alcançar um bom excedo nas produções textuais é que os professores deixam de “lado” um pouco de seus relativismos, quem sabe podemos alcançar um relaxamento por parte dos alunos, e poder ter grandes produções textuais, e assim o professor poderá avaliar a continuidade dos textos verificando, os planos conceituais, se a elementos que percorrem todo o seu plano lingüístico, se esses elementos são retomados convenientes. Vejo que nesta proposta deixando o aluno ter este relaxamento e fazer àss exigências cabível dos erros gramaticais e lingüísticas depois da produção do texto, como as partes frasais, as coesões, as coerências as colocações dos pronomes corretos, as concordâncias verbais, cuidando para que os textos não entrem em elipses, no plano de todo este mecanismo e perceber que podemos colher uma progressão pela a soma de ideias novas podendo até realçar uma manifestação a relações entre estes dados e os novos alcançado por cada aluno.

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  23. Escrever é possível. Escrever bem é um desafio?

    Propor ações e atividades que façam meus alunos perceber a importância do texto escrito no seu dia-a-dia, é um desafio em longo prazo.
    Escrever um texto com uma linguagem em uso, cumprir uma função de identificação numa atuação sociocomunicativa e reconhecer sua organização lingüística requer muito estudo da linguagem como um todo e da escrita formal e informal. Quem escreve, escreve para alguém, e precisa ter a preocupação dos aspectos e sentidos que a escrita e a linguagem não conseguem representar e qual o tipo de público que se destina a minha escrita.
    Contudo antes de propor ao educando que saiba ser um leitor/escritor crítico, analítico e perceptivo do que lê e escreve, preciso apresentar a ele que um texto para ser bem escrito se manifesta de uma forma física e visível, com uso de letras que identificam como vogais e consoantes, sílabas que se estruturam a partir das vogais, palavras que se classificam em nomes e verbos, frases que se manifestam pela relação entre sujeito e predicado, parágrafos que se compõem só de uma palavra ou de uma frase, ou de um período, ou de vários períodos. E que um texto para ser redigido com consciência e segurança por ele, precisa no mínimo começar com esses princípios norteadores de escrita e conseqüentemente da linguagem, onde as palavras se ordenam de acordo com as regras gramaticais e sintáticas da língua formando orações, períodos, parágrafos e chegando ao produto final a construção de diversos tipos de textos.
    Evidentemente que a construção e o conhecimento de mundo que devo despertar no educando são de minha total responsabilidade, no processo e na multiplicidade de fatores que contribuem indiscutivelmente a importância dos elementos lingüísticos do texto para o estabelecimento da coesão e coerência que contribuirá de maneira ativa e eficaz na construção de todos os tipos e gêneros textuais escritos e desenvolvidos no ato que se dá ao escrever.

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  25. Realmente,os alunos apresentam uma certa dificuldade em começar escrever,eles não tem criatividade,e nem ideia do que escrever,porque não compreendem o que ouve , e nem o que le,isso acontece com qualquer gênero. Ao meu ver vários fatores contribuem para essa deficiência na escrita,uma delas é o aluno não ter sido alfabetizado como deveria, e com isso vão empurrando o aluno de serie para evitar a repetência,quando chega no ciclo II, fica difícil para o professor,porque tem que lidar com várias situações em sala de aula, e as vezes não consegue dar atenção ao aluno que está atrasado no estudo, sem contar que a indisciplina e a falta de interesse contribui e muito.

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  26. "A COMUNICAÇÃO É ALGO NATURAL"

    Se pensarmos que a escrita é apenas um dos veículos de comunicação, fica mais fácil entendermos porque um aluno que gosta de escrever para amigos, ou mesmo escrever em diários, detesta fazer redação na escola.
    Todos, sabemos nos expressar e gostamos de nos comunicar. No entanto, desejamos nos sentir a vontade, sem cobranças e/ou exigências quando escrevemos. Ocorre que só ter vontade não basta é necessário seguirmos "regras" e atentarmos para o uso correto da língua.
    Na minha experiência, em sala de aula, pude perceber que quando é proposto ao aluno escrever por exemplo um bilhete para um colega da sala, ele escreve naturalmente, mesmo que com evidentes erros. Isso, desde que ele possa escolher para quem escrever. O "para quem " é peça fundamental nesse caso e nos demais.
    É fato que a tranquilidade na escrita, além de depender de conhecimentos gramaticais, também depende muito de para quem vamos escrever.
    Com relação ao que diz Krashem sobre a "impressão errônea dos estudantes que acreditam que devam colocar tudo certo de um jorro só", costumo insistir para que façam sempre um rascunho até que tenham a certeza de que produziram o melhor que podiam.

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  27. Por que a relutância em escrever?
    Após a leitura do capítulo “Por que a relutância em escrever?” é possível concluirmos a existência de não apenas uma “crise” no processo da escrita, mas de várias. A autora fundamentou seus argumentos trazendo para seu discurso outros analistas dessa área tais como Faraco, Dimenstein, Philip Coombs, Soares, Bechara, Gracindo, Cagliari e outros. Vejamos algumas dessas ‘crises’ as quais vivenciamos em sala de aula:
    I. “... desinteresse pela aprendizagem da língua por parte dos alunos” e a escola desde a sua base, pouco articula o ensino às “situações reais de comunicação fora dela”, contribuindo para que o aprendiz sinta aversão à produção escrita; as conseqüências são alunos “sem luz”, no sentido real da origem da palavra (a= não e luno/luce=luz - ).
    II. Outra “crise” apontada pela autora é “que poucos entendem o que leem” e até já se fala que vivemos “uma crise cognitiva” (Dimenstein, 2000). O resultado dessa situação é o surgimento de alunos incapazes “de estruturar adequadamente um texto” (Rocco, 1984); Segundo Faraco, alguns chegam ao ensino superior com “acentuadas dificuldades de expressão oral e escrita”; “pouca ou nenhuma leitura”, seja de mundo ou do hábito de ler; ou seja, eles apresentam a infeliz “incapacidade de interpretação de texto”; resultado, o estudante se sente pouco à vontade de escrever (produzir) seus próprios textos.
    III. Segundo Philip Coombs, “os sistemas de ensino estão em crise”. Ele elenca algumas causas que se interrelacionam: “aumento da demanda de vagas nas escolas” sendo que os respectivos recursos para atender a essa demanda são retidos, desviados ou mal empregados. Falando claramente, falta vontade política para viabilizar o atendimento às pessoas que se utilizam do sistema educacional público; a outra causa é “inadequação do que se ensina;” fiquei surpreso em saber que estou ensinando para os meus estudantes alguns assuntos pertencentes à grade curricular do século XIX! Principalmente os livros de leitura com vocábulos que a cada parágrafo lido o aluno tem de ir ao dicionário para entender o que lê. “Os métodos, os meios de formação e recrutamento de professores também são inadequados e estão ultrapassados para os termos de uma sociedade em mudança”. Ultimamente (desde 2008 com as 10 metas ‘propostas’ pelo governo estadual) é que ouvimos falar de um recrutamento de professores mais eficaz no qual o profissional se prepara num período de quatro meses após ter sido classificado em determinado concurso público. Acredito que seja como na polícia militar, pois o soldado passa por um processo de aprendizado real (academia). Esperamos que seja efetivado esse importante procedimento. Todavia, que o profissional da aprendizagem que já esteja atuando, com eu, tenha mais tempo para o estudo (formação continuada), planejamento e aprimoramento das aulas. Há inclusive uma Lei federal que regra a respeito desse maior tempo para o professor aprimorar sua prática pedagógica na escola, porém, fora da sala de aula.
    Diante dessas causas e de mais outras, constata-se dura e friamente o seguinte quadro no ensino de Língua Portuguesa: “... de um lado professores muitas vezes, impotentes (excesso de trabalho/tarefa+atividade X tempo escasso)” e de outro, “estudantes com baixo desempenho linguíistico (desmotivação para leitura, indiferença da família, escola pouco atrativa...)” até mesmo numa mesma sala.

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  28. Referente aos materiais didáticos disponíveis (no nosso caso, principalmente, livros didáticos, paradidáticos e o ‘Caderno do Aluno’), DISCORDO DA FALA DA AUTORA DE QUE raramente “oferecem algo a mais do que estudo das características de textos descritivos, narrativos e dissertativos a partir de bons autores”, sendo o aluno “induzido a supor que escrever se resuma a fazer uma descrição, uma narração ou uma dissertação”.

    O PROBLEMA NÃO SÃO OS LIVROS. Os materiais didáticos que adotamos, o caderno do aluno apresentado pela SE são bons subsídios para o estudo de Português em sala de aula e fora dela. Em relação às propostas de redação, pelo menos as que estão no caderno do aluno da 6ª. série são adequadas e contextualizadas. Acredito que com o tempo os estudantes darão mais valor a esse material. Portanto, reitero minha discordância em relação ao que a autora afirma que “grande parte das deficiências do ensino de redação decorra do material didático utilizado pelo professor”. Ah, se tivéssemos esse material devidamente adequado desde o ciclo I!
    O que sinto falta nos cadernos são sugestões para atividades interdisciplinares. Esse ano, por exemplo, nós já redigimos relatos de experiência vivida, carta pessoal, cartaz, carta à autoridade, artigo de opinião; já lemos e aprendemos como se estrutura uma notícia de jornal, e textos referentes a cada gênero dito anteriormente. E sinceramente, não me importei de dizer a eles que os textos lidos anteriormente eram como ‘modelos’, a fim de que fossem recriados “a partir de seu universo de experiência”.
    Quanto aos paradidáticos, tenho minhas ressalvas, principalmente quanto ao nível de vocabulário e a relação idade/assunto desses impressos, bem como o vocabulário menos erudito, ou seja, que tenha contemplado modelos de textos pertinentes ao “contexto sócio-histórico” do estudante. É isso!

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